My love, my arms are yours :$

Meu amor, hoje sem dúvida, fiquei com o coração totalmente partido.

Desconhecia a dor, a TOTAL dor de ficar assim. Se acahava quea conhecia, enganei-me redondamente.

Hoje ver-te como vi, destroço-me de um modo que desconhecia mesmo.
Lembraste quando falei contigo de andar desnorteada? quando comecei a fumar que nem doida? que só sabia o que era chorar, não conhecia a palavra dormir, só queria hibernar? Hoje senti-me que te sentes assim, ou pior. .

Refugiei-me tanto no tabaco, fugia do mundo, por um momento sozinha em que muitas as vezes não ouvia nada, ficava só ali a marcar presença.

Saber que chegaste à tua cidade natal, e em vez de teres um cantinho de conforto, um colo onde te enrolares, braços onde te afogar, tiveste que encarar ainda mais problemas, mostrar outra vez a tua faceta mais forte.

Senti-me super mal, por ter sentido que na Terça feira estive contigo e reagi como sempre, com grande festa, porque para mim és aquela pessoa que é a minha mãe, lá está, para além do orgulho, és um ponto de abrigo, vá GIGAAAANTEEEE :$



Partiu-me mesmo o coraçãozinho todo ver-te como vi hoje.
E minha querida, minha mãe, meu ponto de abrigo, meu orgulho, meu mais que um simples pedaço de coração, quero que saibas que estou aqui, para TUDO, e não é só para perguntar se está tudo bem. Estou aqui para um simples abraço, chorar contigo, não são precisas palavras. O meu colo é teu, os meus ombros são todos teus, toda eu sou e quero ser o teu ponto de abrigo, o teu refúgio. . Deixas?

Não te posso prometer o mundo, mas prometo, estar aqui sempre <3

I can't say a word

Percorridas, analisadas e quase que seleccionadas todas as letras que compõem o teclado começaram a linha do inicio deste texto, desabafo, algo como uma tentativa de escrita quase como frustrada.

São apenas um molho de palavras quase sem sentido nenhum, que se juntaram com o único e simples objectivo de evidenciar uma revolta, frustração, ou talvez coisa nenhuma da parte de alguém que se perde constantemente neste raciocinio.



Alguém que não sabe ao certo o que pretende.

Circulam-lhe montanhas de pensamentos pela cabeça mas não os consegue definir ao certo.

Sente-se como uma criança, indefesa, perdida, enrolada em imensas cordas todas elas com pontas soltas. Cada uma delas simboliza o que não entende em si. Quase consegue 'afogar-se' nelas.

Precisa de actos que a ajudem a atar essas pontas. Necessita de certezas.

Don't play with me



1,2,3,4,5,6,7 . . .

Foi criança convidada a jogar às escondidas, criança que caminhou para uma parede que parecia interminável relativamente ao seu pequenino tamanho. Quase como impulso deixou que as suas mãos viajassem até aos seus olhos, estando já estes fechados e com todo o gosto começou a contar, onde o contar era irrelevante pois os seus ouvidos apuraram-se para ouvir os passos, a direcção destes. Sorriu pois conseguia quase adivinhar onde se encontravam os restantes jogadores.

. . . 17,18,19,20. . .

E deixaram de se ouvir risos, respirações ofegantes, qualquer tipo de objectos a ser deslocado, passos acelerados, empurrões ou outra espécie de ruído.

Contava apenas mecânicamente. Os ouvidos continuavam centrados no objectivo de ouvir a mais pequenina coisa para perceber onde se encontrava quem quer que fosse.

. . . 47,48,49,50.

Voltando-se subitamente e ainda com os olhos meio atrofiados do tempo que haveram estado na escuridão, sorriu em busca do mais pequeno sinal que indicasse onde pudesse estar alguém.

Avançou para o local de onde ouviu os ruídos, confiando sempre no único sentido que tinha: a audição.

Não havia sinais de ninguém, não havia pontas de cabelo a vista nua, sapatos mal escondidos, roupa mal disfarçada nas cores da natureza, não havia sinais de respiração.

Vagueando pelos locais nos quais tinha esperança de encontrar jogadores, encontrou apenas o vazio.

Sentou-se no meio daquele jardim que outrora estava "recheado" de jogadores, pessoas dispostas a esconder-se mas com vontade de dar a cara, onde a única pessoa que ali se encontrava era ela.

Haveram brincado consigo, com a sua tranquilidade, vontade própria de enfrentar o desafio que lhe havera sido proposto.

Decidiram fugir, deixar para trás parte do seu grupo, ou espécie disso.
Percebeu que se encontrava sozinha.

Permanecendo sentada, abraçou os seus joelhos, deitou a sua cabeça totalmente desfeita, encostou o seu peito destroçado e percebeu que tinha jogado um jogo onde o objectivo era perceber que tinha sido gozada e que era apenas manobra de diversão.

1,2,3,4,5 . . .
Não voltam a brincar com ela!

Toques

E são pequenos toques que nos fazem pensar, repensar e perceber que tudo o que acreditámos, tudo o que cremos talvez não mereça que assim seja.

Pequenos gestos, simples palavras que nos fazem parar no meio de uma multidão, sentir os encontrões que nos fazem balançar e decidir que não queremos continuar ali.


Rodamos os pés quase que como um impulso, sem que o cérebro tenha tempo de nos dizer 'não faças isso' e começamos a andar ao contrário de todas as outras pessoas.


Caminhamos ao contrário das restantes pessoas.


Desistimos do conformismo, lutamos contra os nossos próprios principios, para depois sim podermos continuar.


Delicados toques, que na sua leveza mudam tudo.


Simples e ao mesmo tempo tão complexos toques que nos fazem trocar o pensamento.

You make your own choices



Pisou uma garrafa estilhaçada, sofreu com as dores dos pequenos pedaços a entranharem-se nos seus pés desnudos, no entanto levantou o pé e tratou dele, admitindo a si própria e perante os outros que não deveria andar descalça, desprotegida perante tal perigo.
Ele obrigou-a a perceber e da pior forma que tinha pisado os estilhaços e as consequências de tal acto, contudo, caminha sobre uma longa estrada coberta de estilhaços, contente consigo próprio, como se os seus pés estivessem calçados e talvez estejam mesmo..



Apenas no final saberá se tem pedaços de vidros entre a pele cansada da caminhada ou se por outro lado, consegue ter os pés intactos.

A decisão de caminhar perante tão longa estrada foi só e apenas dele.

Poderia ter escolhido tratar dos golpes profundos dela, apoiá-la, não a deixar. .
mas
Preferiu, deixá-la à sua própria sorte, e caminhar, caminhar numa estrada que para ela, é e vai continuar a ser totalmente incógnita.

Viu-o partir e só o seu coração sabe o que sentiu, se ele falasse conseguiria expressar-se na perfeição.
Demonstrou apenas uma pequenissima parte da sua dor, da sua mágoa de ver a pessoa que julgava estar ali para ela, para eles, desaparecer na infinidade da estrada.

A decisão coube-lhe apenas a ele.

I really miss u

Sinto falta . . .
Sinto falta de todos os teus traços.
De te ter junto a mim, do teu cheiro, de desenhar o teu rosto com toda a generosidade e carinho, olhar-te nos olhos e trocar um tímido e leve beijo, seguido de outro e outro..
Sinto falta do teu toque, de sentir a tua respiração junto a mim, fechar os olhos e sentir os teus lábios junto aos meus, de sentir o coração bater mais forte a cada beijo que trocávamos, e desejar por mais e mais, que o momento continuasse.
Sinto falta de quando te entrelaçavas no meu corpo, encostavas a cabeça no meu peito e me abraçavas.
Sinto falta da pele macia das tuas costas, de quase adormecer a remexer os teus pequeninos e delicados caracóis.
Sinto falta do calor dos teus abraços, e de todas as palavras bonitas que me dizias.
Sinto falta de todos os teus miminhos, carinhos, do calor dos teus abraços. . .






Sinto falta a tua falta :c


And now ?

E o mundo começou a girar ao contrário.

Sentiu-se totalmente perdida, como uma bola de ténis que corre durante tempo indeterminado de um lado para o outro num campo, atirada com toda a raiva de um para outro jogador.


Sentiu a cabeça andar em circulos cada vez mais rápidos e confusos.


Derramou várias lágrimas. . . Todas elas consecutivas, a velocidades diferentes.


Fingiu sorrisos, fingiu bem-estar.. Tudo em vão pois no seu mundo caía e limitava-se a chorar..

Proferiu palavras que magoaram, sem sentimento,
Culpa-se pela sua atitude e sofre todos os minutos por isso.
Sente-se perdida, indefinida, triste, numa solitária onde vive consigo e com o martírio do seu erro.

Obrigado por me terem roubado o sorriso



É incrivel como uma resma de palavras lançadas ao ar por uma pessoa que mal se conhece mas fez parte do nosso triste passado pode estragar tudo.




Palavras essas que não passam de puras mentiras.



Pessoas que desejam o mal dos outros, que se riem das lágrimas dos outros, que comemoram as olheiras ganhas, que cantam em honra da cara cansada.




Agradecimentos a todas as pessoas que se enquanto se desmorona o muro de outra pessoa, celebram esse facto.

I'm proud of you

Não imaginas as voltas que dei para começar a escrever este textinho, dedicatória, homenagem.. como lhe quiseres chamar minha querida.
Pensei em pegar na forma banal como nos conhecemos, em momentos, parvoices, em coisas que por maior ou menor gravidade nos juntaram.
No entanto vou usar as palavras dedicatória e homenagem pois acho-as extremamente nobres e mereces todas as letras que as constituem.
Dedicatória pois tornaste-te numa das pessoas que contribuem em grande parte no rebuliço que é a minha vida. És das pessoas que me apoia mas também diz as coisas tal como acha que são, e teríamos grandes problemas se assim não fosse (ficas já a saber :b ) consegues por-me a dar gargalhadas que nem louca mesmo naqueles momentos em que a vontade que tenho é fugir e esconder-me do mundo, isolar-me de tudo e todos, em que o meu maior desejo é desligar para sempre o cerebro e coração.
Homenagem porque essencialmente neste verão, num curtissimo espaço de tempo, a tua vida foi uma verdadeira montanha russa, um verdadeiro furacão em que tão depressa estava a devorar cidades inteiras como se limitava a passear por campos desertos deixando sempre a sua marca horrivel, por mais pequena que esta fosse.

Disse-te imensas vezes, quase sempre que falavamos o quanto me orgulho de ti. Suportas-te coisas e presenciaste tantas outras que deixariam qualquer pessoa fora de si, totalmente desolada, com vontade de largar tudo, de se desligar .. e sei que por mais que isso te tenha passado pela cabeça, agarraste-te sempre a algo que te fez seguir em frente e não desistir...
Vejo-te como uma criança que constroi com todo o cuidado uma pirâmide de lego e chega outra pessoa e destroi tudo, no entanto mesmo deixando cair as lágrimas imensas vezes, permanecias teimosa, e voltavas a construir tudo de novo.

Hoje não vou puder estar contigo, no entanto ... quero deixar-te um gigante, enorme, beijinho e um abraço ainda maior de parabéns...




I'm proud of you .. mesmo muito muito .

Faz com que todos os dias contem

Era só mais um dos tantos dias que tal como todos os outros, simplesmente passavam por si. Via-os como um aglomerado de horas, que a transportava de um dia para o seguinte.
Nesse dia tinha acordado com uma vontade inexplicável de tornar o seu dia diferente, marcá-lo de alguma forma. Enquanto procurava algo de novo, como não sabia ao certo o que procurava sentia-se quase como uma barata tonta sem nenhuma ideia definida... passeava os olhos por toda a divisão e retomava ao ponto de partida, quando se deparou com um saco de balões. Por breves instantes parou os olhos sobre eles, talvez pela quantidade de cores, tinha-a chamado à atenção.
Sem nenhuma ideia totalmente definida pegou-lhes e continuando a contar passos pela casa, lembrou-se de ir para um sítio diferente. Levou consigo o seu fiel amigo, aquele que por mais que quisesse nunca iria contar os seus devaneios ou segredos a quem quer que fosse. O seu pequeno caderno que fazia questão de que andasse literalmente atrelado a ela..
Rumou para um ponto alto e verde. Sentou-se, pousou à sua frente o saquinho com os vários balões coloridos e ao lado o caderno. Instintivamente começou a tirar um balão, encheu-o, e pô-lo à frente dos seus olhos. Ver o mundo com outras cores dava-lhe vontade de rir. Viu pessoas azuis, amarelas, vermelhas e até com uma mistura de cores que nem ela conseguia identificar em que cor tinha aquela mistura resultado. Apetecia-lhe escrever e lembrou-se de partilhar conselhos pelos balões.. Rasgou várias porções de papel onde escreveu ‘sê feliz’; ‘chora se valer a pena’ entre tantos outros que lhe passavam pela cabeça, e até palavras menos agradáveis escreveu.. Via naquele acto uma forma de se libertar. Atou os pequenos pedaços aos balões com a ajuda de juncos e viu os balões, voar.
Não sabia onde iriam parar.. Sabia que provavelmente iriam embater nalguma árvore ou algum pássaro o rebentaria, no entanto, eles tinham viajado, assim como as suas palavras.
Enfeitou uma pequena porção de céu com as mais variadas cores e mensagens que seguiam atreladas aos balões. Sentia-se realizada.. tinha conseguido concretizar o seu pequeno objectivo para aquele dia. Podia ter sido uma parvoíce mas tinha contribuído para melhorar o seu dia e sentia-se encantada com isso.

It's all about feelings, true feelings



Tudo o que necessitava naquele momento era sentir os lábios, os lábios onde se sentia num mundo totalmente à parte.

Necessitada de se sentir abraçada por aqueles braços, que apenas uma pessoa possui. Queria voltar a sentir-se uma criança radiante e com o sorriso mais estupido que podesse existir.

Tinha a cabeça feita em água. Não conseguia estabilizar e voava de momentos para momentos.. Sentia-se num carrocel onde lhe passavam todos os momentos e mais alguns perante os seus olhos.

Tinha a certeza do que sentia, sendo honesta nunca sentira tanta certeza. Não daquela forma, não com aquela determinação. Sabia o que queria, sabia pelo que queria lutar e ouvira palavras de pessoas próximas que lhe diziam constantemente 'Nunca te tinha visto assim'.

Sentia-se sem coração, tinham-lhe roubado, no entanto não considerava uma maldade, desde que o tratassem com carinho, apenas pedia isso.

Deseja que lhe dêm tanta certeza quanto a que tem, necessita dessa segurança.

Nutre sentimentos que ainda não lhe são totalmente conhecidos. O pouco, muito que já explorou, percebe que no meio de toda a sua simplicidade existe uma complexidade que engloba milhentas coisas.




I need U.

Mundo dos se ..

E enquanto baloiçava na rede de pano, ia-se desligando do que a rodeava.. da brisa que se passeava nos seus ouvidos, dos zumbidos mais que naturais que a rodeavam, e começou a vaguear pelo mundo dos se...
Se isto, ou aquilo fosse possivel iria contribuir muito mais para a sua felicidade, conseguiria enfrentar todos os momentos menos bons com maior tranquilidade.

Um e quase o único se fixou no seu cérebro:

e se conseguisse guardar as estrelas?

Riu-se de si própria pela ideia que lhe tinha passado pela cabeça.. Sabia que era impossível mas como não lhe apetecia sair daquele mundo de imaginação, do impossivel.. baloiçava e imaginava que iria ser perfeito passear numa qualquer montanha e conseguir capturar umas quantas estrelas.. fá-lo-ia com todo o carinho.. não com vontade de mudar o universo, nunca lhe havera ocorrido essa ideia pela sua imaginação, mas sim porque encontra nas estrelas um encanto que não consegue explicar. Elas têm o 'poder' de quase a hipnotizar. Não que mudem, não que façam alguma coisa.. Muitas pessoas vêm-nas simplesmente como pontinhos que pintam o céu nocturno, no entanto para ela eram bem mais que pontinhos.. Eram uma companhia quase que essencial nos piores momentos, e até nos melhores.
Assim iria guardar-las com todo o carinho junto a si para sempre que achasse necessário, fugir de tudo e todos, isolar-se num sitio onde apenas perdurasse a escuridão, solta-las-ia para que subissem para o lugar mais alto onde se encontrava para que as pudesse contemplar.
Abriu os olhos, e continuou a baloiçar, rindo-se da sua ideia absurda mas no entanto perfeita.

Sem corantes ou conservantes

Sem corantes, ou conservantes.


Não me peçam explicações, teorias, palavras dificeis.


Gosto de ti Miguel.


Não te consigo explicar em palavras exactas o que sinto. Não existem palavras concretas, exactas para o sentimento que tenho por ti.


Sinto uma necessidade enorme em te beijar, em quase todos os momentos.


Vejo os teus beijos como um vicio. Um verdadeiro vicio, em que dá vontade de mais e mais..


Se pudesse beijar-te-ia em todos os momentos que me apetecesse e fosse possivel.


Abraçar-te-ia em todos os pequenissimos, e por mais insignificantes que classificasses os momentos.


E sim, são momentos.
Momentos que marcam, momentos que acarretam sentimentos, momentos que por mais simples que te poçam parecer são gigantes para mim.
Chama-me criança, sonhadora, fantasiástica... tudo e mais algo que te ocorrer pela mente..
Mas sem corantes ou conservantes:




És especial, diferente, único :$ (L)

Dancing with u .

Ele encontrava-se num dos lados do enorme salão em conversa com os seus amigos, ela do lado oposto com as suas amigas.
Ela, muitas vezes passeava o seu olhar pelo salão e chocava ainda mais vezes com o olhar dele . Sorria, contudo fugia.. não se percebia a ela própria. Quando não estava a percorrer o salão com o olhar queria fazê-lo, no entanto quando o fazia sentia-se envergonhada e 'fugia' da sua própria vontade. Decidiu voltar costas à sua própria vontade, ficando também de costas para ele.



Sentiu uma mão na sua cintura e com medo de se desiludir não quis olhar, segredaram-lhe ao ouvido 'Dança comigo'. Virou-se com todo o cuidado, pois tinha a cabeça a fervilhar com as hipóteses que tinha de ser ou não quem queria.. Com o coração a mil, sorriu quando parou naquele olhar.

O olhar que queria que estivesse mais perto de si, do qual tinha passado a noite a fugir, o olhar que a fazia confundir-se a si própria. Enquanto andavam para o meio daquele salão que estava cheio de pares que dançavam questionava-se a si própria o porquê de estar a ali, de ter aceite aquele convite...
Pararam, e de novo a frente ele sorriu e começaram a dançar..

Enquanto dançavam, sorriam.. quando ficava mais afastada do corpo dele sentia-se 'sozinha'. A sensação que tinha quando estava perto do seu corpo era de um conforto que nem ela conseguia perceber. Tremiam-lhe as pernas quando ele a puxava e ficava com a sua testa na dele . Sentia uma vontade gigante de sentir os lábios dele... mas rodava, rodava para fugir.
Rodava e sorria.

Rodava e fixava o olhar dele..

E a música trocava mas continuavam ali.. a quantidade de pessoas que os rodeava pareciam agora uma ou duas ou mesmo nenhuma.

Sentiu as mãos dele 'cercarem-lhe' o a cintura e encostou a cabeça no ombro dele. Sentia um conforto inimaginável e sorria.

Sorria de uma forma totalmente estúpida. Não percebia porque o fazia, apenas se sentia bem ali, com ele... e não queria que a sensação acabasse.

Levantou a cabeça e parou no seu olhar, estagnou e perdeu-se totalmente no verde dos olhos dele e sorriram..


E dançavam...

E ouviu coisas como

'Os teus olhos falam sabias?'

'O sorriso não engana. Eu gsto mesmo de ti.'

'Mas vem para o pé de mim.'

Sonhava enquanto recebia abraços que lhe sabiam sempre pela vida...

E num deles quando parou no seu olhar sorriu-lhe e roubou-lhe um beijo.. Desejava fazê-lo há imenso tempo mas tinha medo da reacção então guardava a sua vontade.


'Beijar-te é único'.

Sentia isto em todos os beijos que roubava ou que ele lhe roubava..

Queria repeti-lo vezes sem conta.

Abraçá-lo mais que nunca até ele dizer 'espera, deixa-me respirar' que fazia-a soltar uma gargalhada..


Dançavam, dançavam e continuam a dançar...


Tornam todos os momentos que têm juntos únicos, especiais, felizes, estúpidos se necessário.

Sabem ser adultos, crianças, responsáveis, irresponsáveis.

Sabem como se completar, como dar conforto, como fazer dar gargalhadas.

Continuavam a dançar e ao roubar-lhe um beijo disse-lhe com todo o sentimento ...





...Amo-te.



Como em todos os momentos que destinava apenas a serem seus, aquele não era excepção.
Deixou-se envolver pelo céu estrelado daquela noite de quase verão e recordou vários momentos que tinham permanecido no seu cérebro. Momentos que guarda com todo o carinho.
Que a fazem esboçar um sorriso,
que a fazem levar as mão à cabeça e pensar 'isto não foi possível',

que a fazem relembrar o quão a conseguem fazer feliz com simples gestos ou palavras.


Mas nessa noite, havia um momento que tinha ficado marcado de forma diferente, tinha-lhe posto uma dose extra de carinho, ouvia-o repetidamente...


'Amo-te. Achas muito forte?'

'Se o sentires, claro que não.'

'Sinto.'

Sonhos pintados.

Dando passinhos pequeninos caminhava ao longo de um corredor sem rumo certo, apenas caminhava e muitas vezes fazia-o de olhos fechados. Enquanto os mantinha fechados, respirava e sentia-se outra pessoa, sentia-se diferente..


E caminhava ...


Sentiu uma sensação estranha nos seus pés descalços e nas suas mãos que passeavam longe do seu tronco e ao abrir os olhos com estranheza reparou que estavam inundadas de tinta... Por onde passava, deixava uma marca. Lentamente girou sobre si e reparou que enquanto caminhava de olhos fechados, expressava-se, deixava pequenas marcas que contavam os seus desejos, sonhos.. Haviam palavras escritas, pequenos esboços de desenhos atrás de si.
Estagnou e olhando para as suas mãos continuou a enfeitar tudo ao seu redor.
Criou o seu mundinho, aquele que lhe trazia um aconchego que não conseguia explicar, lhe roubava um sorriso tímido vindo de mãos dadas a um brilho inexplicável dos seus olhos em tons de esverdeado.
Sentiu a sua pulsação aumentar, não sabia explicar o motivo no entanto fechou os olhos e continou a sonhar, a desenhar e escrever palavras soltas que lhe faziam todo o significado no momento. Beijos, abraços, sorrisos... tantas palavras que soltas pareciam não ter signifcado mas quando associadas a momentos se tornavam gigantes.


Pintou todos os seus sonhos, idealizou o seu mundo, os seus desejos.

Sentia-se leve, realizada, feliz, o seu coração tinha acalmado. Tinha-se pronunciado; gritado tudo aquilo que guardava nos seus espacinhos, todos eles.


Se os sonhos iriam ser realizados?

Se iria poder partilhá-los com quem desejava?
Não conhecia a resposta... Apenas tinha uma certeza.. Sentiu-se feliz naquele corredor com quem partilhou a sua história e expressou os seus sentimentos.


Se estes iriam permanecer ali, ser apagados ou partilhados?



Apenas o tempo possuí as respostas.


somos crianças, somos contadores de histórias, somos um conjunto infinito de pontos.





Somos crianças, somos contadores de histórias, somos um conjunto infinito de pontos...



Dificilmente, para não dizer mesmo impossiveis de definir, assim somos nós.
Sabemos usar todos os sorrisos e gargalhadas que possuímos e aplicá-los nos momentos mais indicados. Desde os momentos em que caímos literalmente a rir até ao simples esboçar de um sorriso por pura simpatia.
Quando ouvimos a célebre frase 'Era uma vez..' temos uma tendência incrível a concentrarmo-nos mais do que o normal, pois remete-nos para a nossa infância, onde nos aconchegavamos, nos lençóis, ou aninhávamos no colo, ombro do nosso contador e entrávamos num mundo recheado de fantasia que nos fazia viajar para um mundo do imaginário onde nos sentiamos seguros.
'Todos temos uma criança dentro de nós'; é mais uma das frases que anda de mãos dadas a nós. Usamos essa criança para fugir ao duro mundo em que caminhamos, usamo-la para sonhar, fantasiar, arrisco-me mesmo a dizer.. para mostrar o nosso lado mais descontraído, menos sério, o lado em que sabemos que façamos o que fizermos, seremos julgados como crianças. Simples seres sonhadores.. capazes de contar uma história numa simples brincadeira em que fazem bolinhas de sabão, seres que se agarram a pequenissimas coisas e lhes dão um significado do tamanho do universo.



Assim somos nós.

Crianças, que aprendem a caminhar num duro deserto onde as decisões finais são sempre nossas, onde o egoísmo muitas vezes é revelado.
Contadores de histórias começadas com um 'era uma vez'.
Apologistas de brincadeiras como fazer bolinhas de sabão onde cada uma delas representa um momento mais ou menos alegre, experiências, marcas...
Somos uma 'massa' sem forma, sem definição.
Somos únicos, cada um com uma cor e forma diferentes.
Num somatório gigante somos um conjunto infinito de pontos.



Somos crianças, somos contadores de histórias, somos um conjunto infinito de pontos...

Traços curvilineos




São pequenas curvas desenhadas com toda a delicadeza e carinho por nós próprios no nosso livro que nos definem.
Simples desvios curvilineos no traço normal já existente em tantas das páginas que alteram toda a habitual rotina a que muitas vezes nos conformamos.

Curvas que levam a novos traços, que nos fazem sair do meio da página e explorar novas partes da folha, cantos..

Desenhá-las não tem desvantagem nenhuma, voltamos a desenhar outra e deixamos o passado no único lugar que lhe pertence.

It's all about choices right?


E basicamente todos os nossos dias, a rotina que temos, que construimos, os caminhos que escolhemos.. baseiam-se simplesmente nisso mesmo: escolhas.

Escolhas que andam constantemente de mão dada a consequências ou beneficios. Sorrimos, choramos, pasmamos a meio de noites seguidas a olhar para o céu e fazemos dele o nosso painel onde sonhamos, recordamos, e revemos momentos que muitas vezes estavam atenuados, meio escondidos, guardados nas imensas paredes, gavetas que decoram uma sala cheia de vida, histórias.. Memórias que fazem de nós aquilo que somos.


São escolhas erradas que nos fazem chorar, levar as mãos aos nossos pequenos olhos que nesse momento se tornam o palco de imensas tristezas, enormes.. momentos que nos fazem perceber o quão errados conseguimos estar.

Por outro lado são escolhas acertadas que nos fazem sonhar, sentir seguros, querer parar o tempo para manter tudo assim: estável.

Voltamos a pasmar a olhar para um imenso céu estrelado onde voltamos a reviver tudo o que passamos, e voltamos a chorar, a sorrir, a recordar...

Todas as nossas linhas são escolhas.. Desde o interior ao exterior.


E caiu nos braços dele.. Sorri com toda a vontade que tem para o fazer.


Sente uma necessidade quase que gigante e inexplicável de estar constantemente com ele, de o abraçar, beijar, ficar agarrada a ele como se fosse sempre a última vez que o vai poder fazer.


Adora todos os momentos que vive com ele.

Corda bamba

E com uma atitude estupida corre o risco de perder tudo aquilo que a faz sorrir, que a faz pensar que tudo é possivel.

Treme só de pensar nisso, não quer isso, não quer sentir que tudo terminou..


Sente-se em plena corda bamba, onde tudo pode acontecer.. Onde pode cair nos braços dele e continuar a sonhar ou por outro lado cair sobre as suas mãos e sentir o calor da sua tristeza correr-lhe na face.


Caminha sobre uma verdadeira corda bamba, onde não depende dela a decisão final.

Traços de personalidade


Incrivelmente uma simples e tão pequenina palavra conseguiu descrever tudo o que sentia naquele momento.

Nojo.
Das palavras que mais repulsa lhe trás, das palavras que mais deseja não pronunciar e que se arrepia ao ouvir, no entanto e infelizmente conhecia-se ao ponto de saber que quando a pronuncia ou sente é consequência de uma maldade horrível, algo que a marca de uma forma fria, horrenda, que fere o coração sem qualquer tipo de piedade. Fracções de segundo que fazem com que sinta uma dor completamente inexplicável.


Sentiu a crueldade que a rodevaa em todos os seus traços, os mais subtis, profundos, em todos os seus recantos, apoderando-se do seu cérebro. Sobrou-lhe o inconsciente que por mais lhe tivesse custado controlou. Não fugiu, contrariou-se a si própria, colocou uma máscara que fez com que transbordasse tudo aquilo que não sentia. Harmonia e felicidade. Mesmo forçado conseguiu esboçar um ou outro sorriso. Sentia que se traía a si própria ao fazê-lo.


Que fazia?
Só queria fugir, apagar tudo, manter o cérebro bloqueado, derramar tudo o que sentia, abraçar quem mais lhe dizia. Queria o conforto que naquele momento sentiu que era impossível.


Sentia-se em plena arena a ser julgada, maltratada, humilhada.
Odiava sentir que as pessoas que não lhe eram nada tinham uma capacidade enorme, incontrável da sua parte de entrar no seu psicológico e fazê-la sentir-se um autêntico nada.

Tinha-lhe vindo ao de cima, uma dos seus defeitos dos quais mais fugia: A fraqueza psicológica para assuntos que a envolvessem.


Despertaram-lhe o sentimento que não desejava a ninguém sentir: Nojo.

Mundo à parte


Shhhh... somos só nós, não existe mais nada nem ninguém que consiga interferir ou mudar o que quer que seja. Com todo o carinho e sentimento disse: 'gosto de ti' e beijou-o. Encontrou um conforto e segurança que apesar de lhe parecer exagerado e pouco racional não consegue explicar. Quando se aproxima dele, sentindo a sua respiração, os seus lábios entra num mundo totalmente à parte, onde não existem problemas... Fica sempre com mais e mais vontade de prolongar esses momentos.. 'és mesmo viciante' disse com toda a raiva no sentido de ter plena consciência de que aqueles momentos mesmo que por pouco tempo são interrompidos, que era tudo o que menos queria.
É tão simples como a decisão do que vai acontecer ou não cabe apenas a quem está a escrever a história.


Não quero largar-te.

just stay with me ..

Sentiu uma vontade gigante, quase que incontrolável de parar tudo o que a rodeava. Queria que o tempo parasse, que o mundo que a rodeia parasse por completo. Que as pessoas não olhassem, julgassem, respirassem. Que apenas ficassem imóveis, congeladas.

Queria poder sorrir, olhar fixamente, aproximar-se lentamente , juntar a sua mão na dele e quase sem perceber como, sentir o aconchego e o calor que já não sentia há imenso tempo. Partilar momentos, tempo, trocar sorrisos, carinho..

Pairam-lhe todas as perguntas possiveis e imaginárias na cabeça.. muitas delas sem sentido nenhum, e que sabe que só terá resposta quando estiver frente a frente com ele, mesmo que não lhe sejam dadas as respostas directamente, pois muitas delas não precisam de palavras para se perceberem. Simples gestos e actos falam por si.

Saudades de um sentimento que já não conhece e do qual sente medo. Medo de o interpretar mal, de se magoar.

Linhas cruzadas



Cruzaram-se consigo imensas pessoas e como sempre acontecia iriam ser todas postas num patamar de indiferença.. meros conhecidos e consoante a interferência que tivessem no seu dia a dia e as atitudes que tivessem iria fazer com que subissem ou descessem nesse patamar. Conheceu assim uma das pessoas que lhe foi completamente indiferente.. Era apenas mais uma pessoa que tinha rotulado de mero conhecido.
Conversa de circunstância se tanto era das poucas coisas que tinham em comum.
Raramente se viam, conviviam ainda menos.
Gradualmente e sem grande explicação começaram a conviver mais e descobriu que era uma pessoa totalmente diferente do que julgava.
Sem ter consciência disso fez com que conseguisse abstrair de muitos dos problemas que lhe batiam nas paredes do cérebro, roubou-lhe gargalhadas e sorrisos..
Contribuiu para um bem-estar diferente.
Tinha passado de mero conhecido que se havera cruzado no seu caminho para uma pessoa que tinha conseguido marcar a diferença.

that's the only truth



Tinha conseguido criar uma rotina, fosse isso bom ou mau. Sentia-se uma pessoa minimamente realizada consigo própria.
Quando lhe perguntavam como estava ou se sentia dizia sempre o mesmo. Que estava bem e que simplesmente não pensava nas coisas, pois tinha-lhes passado por cima.
No entanto vários factores fizeram-na perceber a realidade..
'Tens a cabeça num farrapo' foi o que lhe disseram para perceber a sua enorme necessidade de se agarrar a um leque de coisas.. algumas delas não muito saudáveis, fazendo com que mantivesse a cabeça ocupada..
Percebeu que tinha medo de si própria, de se enfrentar, sentia-se fraca e sem a mínima coragem para 'atar' as suas próprias pontas soltas...
Sentia-se demasiado presa a uma rotina que tinha criado como barreira aos seus medos..
Sentia-se acorrentada e atormentada pelos seus próprios medos..
No fundo,
estava frágil .
precisava que alguém lho dissesse e que esse assunto fosse falado para se travasse um batalha contra si própria.
Precisava de se enfrentar .

Nostalgia .

Enquanto se perdia no pensamento...
Deixou que as recordações se apoderassem de si mesma...
Permitiu que as saudades a assombrassem...
Sentiu pedaços de tristeza e felicidade escorrerem-lhe pela face...
Soltou vários sorrisos olhando para o seu passado...
Olhou para o espelho e viu o quanto tinha mudado, crescido.. e apesar de todos os erros e de todas as 'aventuras' que a vida lhe proporcionou, assim como obstáculos.. tinha orgulho de mais tarde poder dizer que bateu com a cabeça e que agora é um ser que consegue erguer a cabeça, e demorando mais ou menos tempo resolve os seus próprios problemas.
Evita paredes, tenta aperceber-se onde as pode encontrar...


Vive cada dia com a energia que tem quando acorda e tenta aproveitá-lo da forma que lhe parece mais correcta.

O meu caminho? transformo-o



Durante uma conversa como tantas outras surgiu uma pergunta que por mais banal que fosse a fez reviver muito do que passou e pensar num passado ja meio enterrado, um passado que nunca ficou resolvido e sabia que iria ser sempre uma ponta solta da sua vida, mas por isso mesmo tinha-lhe passado por cima.

"O que é preferivel? ter uma vida super feliz mas na ignorância ou ter-se o controlo da nossa vida e saber-se sempre a verdade e no entanto viver-se infeliz? "

Uma pergunta à qual num impulso respondeu, saber-se sempre a verdade e no entanto ser infeliz. E ficou a pensar no que havera dito e concluiu que sem dúvida nenhuma esse era o seu ideal de vida. Sabia que a felicidade não lhe iria cair nas mãos, mas só pelo facto de recordar o passado, pelo facto de recordar que viveu na ignorância e foi feliz enquanto outros "jogadores" deste jogo vicioso que é a vida assistiam de fora à sua queda, onde nenhum dele foi capaz de chegar à arena e acabar com aquela tortura, acabar com uma felicidade vivida apenas por uma das partes. Quando o jogo acabou, vários foram os jogadores que lhe abriram o jogo, que a fizeram perceber que a vida que tinha considerado feliz e inigualável não tinha passado de uma mentira. Depois disso percebeu que ter os pés colados ao chão, por mais dissabores que isso lhe trouxesse iria ser sempre melhor do que viver na ilusão. Sabia que iria sempre sofrer muito mais, mas isso iria ajudá-la a superar barreiras (por mais que isso custasse) sentir-se-ia realizada por saber a verdade por mais dolorosa e fria que fosse.

Encontrou na infelicidade uma realização perfeita.

Os papéis haviam-se invertido, passou a fazer parte do público que assistia à felicidade ignorante dos outros. Com uma diferença.. iria sempre puxar aqueles que lhe são mais. Nunca iria permitir que alguém que lhe é importante passasse pela mesma mentira que passou.
Vive com os pés colados ao chão, viaja por terras desconhecidas, cerra os olhos e sente-os expressarem-se, sente o sorriso na cara, sente dores que por vezes nem consegue explicar de tão fortes que são... mas pelo menos sabe que todos os sentimentos são verdadeiros.


Pedaço de vidro cilindrico .


Perdeu a conta do tempo a que se havia deitado, às voltas que tinha dado na sua minuscula cama que naquele momento lhe pareceu infinita, e muito pouco confortável. Havia algo que a estava a deixar totalmente impaciente, que lhe roubou o sono e não conseguia definir ao certo o que era.

Levantou-se com todo o cuidado para não fazer ruído para que ninguém desse conta que estava acordada pois ao fim ao cabo queria entender o que lhe tinha tirado o sono sem que tivesse de o partilhar com quem quer que fosse.. deu passinhos pequeninos e o mais silencioso que conseguiu e começou a pensar no que a poderia ter deixado em tal estado. Problemas? sempre os tivera.. Desilusões? magoavam sempre mas estava mais ou menos habituada a pô-las para trás das costas.. Pairavam-lhe imensas questões pela cabeça, batiam nas paredes do cérebro em todos os seus ângulos e continuavam por se resolver. Sentindo-se incapaz de responder a si própria sentou-se no chão do seu quarto, e começou a olhar em seu redor onde encontrou um frasquinho que lhe chamou à atenção. Estava ali meio "perdido" sem tampa ou qualquer tipo de protecção, apenas um pedaço de vidro com uma forma cilindrica.

Levantou-se e pegou-lhe cuidadosamente, e começou a olhar para ele de todos os ângulos tentado dar-lhe alguma utilidade. Esboçou um leve sorriso e percebeu que o frasquinho lhe iria ser muito útil, decidiu olhar para ele e colocar todas as suas dúvidas dentro dele, não esperava ficar mais leve, ou que este lhe desse as respostas que necessitava mas sabia que iria sentir-se melhor. Partilhou com o pedaço de vidro cilindrico aquilo que a inquietava, sem que ele lhe pusesse qualquer entrave. Voltou a pousá-lo, deitou-se outra vez, fechou os olhos, encheu o peito de ar, relaxou e deixou-se perder no seu mundinho.

Marcas ..



A vida é feita de bons e maus momentos.
De pessoas que marcam mais que outras, que fazem do nosso dia a dia melhor, ou pior. Mesmo aquelas que nos desiludem ajudam-nos a crescer.
Todas a pessoas com quem nos cruzamos, e conhecemos deixam-nos uma marca diferente.


Mariana Almeida, gémea, mãe, amiga que já habita no coração.. Das pessoas com quem já tive vários altos e baixos..
Começámos por ser apenas conhecidas e simpatia era o que não nos faltava, sentido de humor também fazia parte do nosso dia a dia e da convivência. O nosso primeiro elo de ligação foram os morangos com açúcar, sim é verdade que ainda hoje é o nosso sonho frustado, o facto de não termos entrado nos morangos.
Acabámos por nos afastar e a nossa relação ficou fria e perdemos quase o contacto. Como sempre o tempo continuou, porque não nos diz o que estamos a fazer de bem ou mal, espera sempre que nos demos conta desse facto e que tentemos remediar. Não fomos excepção e (agora podia usar a expressão 'ironia do destino' mas não acredito no destino) no nosso 11º ano voltámos a aproximarmo-nos.. não ficámos as melhores amigas mas houve sinceridade da parte dela quando disse 'no inicio deste ano achava que estavas com mania, mas agora sei que isso não é assim'. Quando ouvi aquilo fiquei a pensar que tinha mesmo má imagem minha. Depois desse momento, muitas foram as vezes que convivemos e a nossa amizade começou a desenvolver-se ainda mais. No 12º ano, passou de amiga e gémea a mãe. Desde dessa altura é das pessoas em quem confiava a minha vida. Não dispenso a companhia dela, em nenhum momento mesmo. Muitas vezes dá vontade de correr para os braços dela e abraçar até não poder mais, mas nem sempre é possivel. E por incrivel que pareça estudamos na mesma cidade e quase nunca estamos juntas o que me faz muita diferença.
São poucas as vezes que estamos completamente sozinhas mas falamos muitas vezes e quando estamos sozinhas conseguimos estar a falar sem parar, sim é um facto somos duas 'gralhas' adoramos partilhar as nossas coisas. já partilhámos dor, alegrias, parvoíces, noites de bebedeira, brindes, sinceridade, abraços, beijos, lágrimas, chatices.. todo um leque de emoções.


É a minha mãe, é quem me dá na cabeça, é quem me ajuda a sonhar, é quem me chama à razão, é quem me olha de forma feia se fizer asneiras.

Adoro rir-me com ela, partilhar as minhas frustrações e tristezas. Adoro a nossa amizade, sem dúvida alguma.


Adoro-te mãezinha (L'

End of history.



Depois de todos os momentos.. por mais escassos e pequeninos que fossem, acabou.




Pequeninos mas marcantes. Fizeram sorrir, sonhar, acreditar que afinal sempre seria possivel algo mais.
Houveram viagens consecutivas numa montanha russa, onde predominaram os pontos de interrogação, dos maiores que podem existir, por vezes tornavam-se mais pesados do que o seu próprio corpo, apesar de muitos deles nunca terem sido esclarecidos.
Entrou num enredo de incertezas com esperanças onde o coração falou sempre mais alto e fez com que acabasse por aproveitar o momento mesmo sabendo que isso poderia prejudicá-la, mas foi mais forte que ela..
Incrivel como ele num par de horas conseguiu magoá-la mais do que sempre..
Foram ditas imensas coisas.. quase um monólogo onde ela simplesmente olhava para ele e se limitava a sentir a dor de tudo o que ouvia. Cada palavra pareciam consecutivos espinhos a 'enterrar-se' nos seus pés enquanto caminhava na conversa que fez com que abrisse os olhos e percebesse que tinha sido usada e deitada fora.
Tentou esclarecer a maior parte dos pontos de interrogação que se tinham formado durante aquela conversa, e conseguiu algumas respostas.
Sentiu várias lágrimas cair-lhe pela cara e passado algum tempo quase que num impulso, levantou-se e pronunciou esta frase ' desculpa mas não consigo estar aqui' da qual obteve a resposta 'é perfeitamente normal.' e saiu quase que a correr. E as lágrimas não paravam..





Tinha acabado.

Sorry, I know you?



E com os seus botões ela reveu todos os momentos, analisando-os cuidadosamente para perceber se lhe tinha escapado alguma coisa. No entanto pareceu-lhe tudo igual ao que conhecia. Ele tinha-se apresentado de uma forma super natural, simples, sem querer marcar uma presença cerrada.
Uma pessoa carregada de defeitos como todos os comuns mortais, que conhecia limites. Deu a conhecer maturidade, não excessiva, na medida certa.. Sorria, quebrava mas sempre sem dar muito de si.
Com o passar do tempo, com mudanças por ela desconhecidas começou a notar certas diferenças nas atitudes que não agradaram nem um bocadinho. A imagem que lhe tinha sido apresentada foi inundada de futilidade, coberta por uma personalidade que não existe.
Acabou por ser uma desilusão. Por mais que custasse, chegou a esta conclusão, que pode ser reversivel se acontecer algo por isso.. caso contrário irá manter-se.
Baixou ligeiramente a cabeça e sentiu um longo e fino fio de tristeza na face.
O que havera idealizado, tinha-se desmoronado, com uma simples influência e decisão por parte de seres incógnitos.





E manteve-se cabisbaixa revendo todos os momentos..
Saudades? Sem dúvida que de uma pessoa que preferiu mudar.








Ao fim ao cabo, só queremos encontrar alguém que pinte connosco. Que não nos largue, construir algo em comum.
O que se desenha, pinta, pouco importa.
O importante é que não o façamos sozinhos.

Colecção



E pegou em tudo o que possuía que não queria esquecer e preencheu por completo uma sala.





Boas, más recordações. Lembranças do que tinha sido, do que evoluiu, do quanto foi feliz, das lágrimas que derramou, dos abraços que recebeu e deu, de todos os momentos que passou e não lhe passaram ao lado.


Das pessoas que a marcaram mais.. Da melhor e da pior forma.


Quando saíu, tracou a porta e pensou:


'Quando quiser recordar o que fui e o que passei até aqui, voltarei a esta sala, sentar-me-ei no chão e espalharei sorrisos, soltarei gargalhadas e derramarei lágrimas de tudo o que já vivi.'

Coroas ..

Num dia...
Somos reis; rainhas
Temos poder sobre o que nos rodeia;
Somos ouvidos e ouvem-nos;
Recebemos sorrisos; abraços..
Somos olhados de forma carinhosa..


Noutro...
Descobrimos que alguns sorrisos eram falsos;
Subitamente todos os ouvidos ficam mudos;
Os abraços deixam de estar em stock
Os olhares tornam-se em lâminas cortantes..


Dias em que saímos da cama e nos sentimos com uma coroa na cabeça, outros com um lenço esfarrapado.
Sentimentos que fazem de nós o que somos. Reis e rainhas que por vezes perdem o encanto.


Em tempos ...


A maioria das histórias começam por um 'Era uma vez..'. Na minha opinião porque é a expressão que provoca mais expectativa nas crianças, que significa para elas 'vais embarcar numa aventura, com altos e baixos, vitórias e derrotas, onde existe sempre uma moral seja ela dita directa ou indirectamente.'
Queria começar a minha história por essa expressão, mas prefiro começa-la por 'Em tempos', porque a minha história não tem uma moral, tem várias. Não tem uma vitória e uma derrota, tem batalhas constantes. Não tem altos e baixos, tem cadeias montanhosas sucessivas que nos tiram a respiração. Mas principalmente porque a minha história ainda não acabou, e porque não sou como tu ou tu. Sou eu e ainda me estou a descobrir.

Então...
'Em tempos', nasceu uma rapariga como tantas outras espalhadas pelo mundo. Uma rapariga que cresceu segundo os valores de uma familia não muito abastada monetariamente mas riquissima em valores e ideias para o futuro.
Ao longo dos tempos levou pontapés que doeram, caminhou sozinha, ensinaram-lhe sempre a levantar a cabeça por mais que isso pudesse doer. Cultivou uma personalidade ambiciosa, e meiga, que com o tempo passou a saber distinguir e acrescentou à lista o rancor e antipatia mas nunca má educação. Deu oportunidades a muitas pessoas, mas aprendeu a analisá-las primeiro para saber se valia a pena ou não. Primeiramente prefere sempre colocar as pessoas num patamar neutro, e as suas atitudes moldam a opinião.
Hoje em dia é uma pessoa meiga, querida, rancorosa, ambiciosa entre outros adjectivos sejam eles mais ou menos bons.
Possui um cofre no coração onde guarda as pessoas mais importantes, segredos que não podem ser contados, sorrisos, lágrimas, tudo o que faz parte desta história que não é mais do que um acumular de experiências e momentos daquilo a que muitos chamam de passagem, outros vida.. para mim intitula-se de cultivo. Cultivo de nós, dos que nos rodeiam, do nosso mundinho.
Não tenho um final feliz para esta história, não sei que batalhas venci, não sei quantas cadeias montanhosas passei, mas posso dar-vos uma das morais desta pequena história caso ainda não tenham visto nenhuma tenham. E não, não é um incentivo a lutarem por isto ou por aquilo, é sem dúvida que reflictam. No que vos rodeia, nas vossas experiências melhores ou piores, que isso contribua para crescerem, e conseguirem avançar um pouco mais.

Palavras soltas, frases meio perdidas..



Dias afastada de uma realidade à qual já estava habituada, fizeram-me pensar, viver e olhar as coisas de forma diferente.


Construir novos planos, querer alcançar novos objectivos.
Querer ser mais e mais ambiciosa.
Olhar em certos aspectos mais para o meu umbigo, querer ser mais forte, mais de tudo.





Quero tudo e nada.


Quero ser melhor,


Quero ser eu,


Quero abraçar-te a ti e a ti por serem quem são,


Quero acarinhar os que mais me são,


Quero ser feliz.